12 de set. de 2007
Traduzimos com exclusividade o que o cantor espanhol Alejandro Sanz disse ontem, 11 de setembro, para o jornal de maior prestígio na Espanha.
Assim como os shows de Barcelona, o de Las Ventas promete ser um show histórico, já que Alejandro está em sua cidade natal. Segue mais uma entrevista publicada dias antes do show que já teve todos os seus ingressos vendidos.Terça-feira, Setembro 11, 2007
“Em Las Ventas me sinto como se estivesse em casa” Alejandro Sanz acaba de vir pegar sua filha, Manuela que já iniciou seus estudos no colégio madrilenho: “Ela já se acostumou, é a oportunidade de se reencontrar com suas amigas”.Causou algum alvoroço quando ali aparece um famoso cantor? “Não, uns companheiros seus, alguns mais velhos, me pediram um autógrafo em um papel minúsculo. Eu autografei, claro, mas pedi que cuidassem dela durante os recreios” . Alejandro atua na praça de Las Ventas amanhã (hoje) e quinta-feira (amanhã).
“Tento romper esse sistema de vida que nos faz prisioneiros em nossos próprios castelos”Pergunta: Madrid é um lugar cômodo para Alejandro Sanz?
Resposta: Estou acobertado por minha família, o que te dá um plus de segurança. Mas também te sensibilizam as lembranças. Estou hospedado em um hotel que está junto da academia onde eu estudava. Eu chegava de Moratalaz e ia andando até... Não quero mais dar detalhes, não me faz graça ser assediado pelos paparazzi. Aliás se faço alarde que saio à noite, se empenham em me controlar. É um jogo besta. Às vezes ficava preocupado com carros que me seguiam e logo ficava sabendo que eram fãs.
Pergunta: Sua tour se chama “El tren de los momentos” mas se desloca em ônibus...
Resposta: Me trouxeram da Alemanha, tem dois andares e é uma maravilha: lá de cima se desfruta muito mais a paisagem. Ainda dá tempo para jogar.
Pergunta: E que música toca ali?
Resposta: Me trazem piadas de Cádiz. Ainda me encantam pela sua forma descarada e a sua linguagem.
Pergunta: Começou a tour em Galícia, no dia 4 de agosto. E a fez em grande estilo, trouxe até Shakira para compartilhar o palco...
Resposta: É que a garota não conhecia Santiago de Compostela. Então me ocupei que vivesse a experiência gallega por completo desde “el pulpo al orujo”.
Pergunta: Está acompanhado de uma banda que tira ao som funky. Notou alguma mudança na acolhida do público?
Resposta: Não houve queixas. Algumas canções ficam por fora mas tudo tem funcionado bem. Melhor nas plazas de toros que em estádios de futebol: são espaços mais recolhidos, criam um ambiente propicio a escutar. O pior são os camarins, já me chegaram a instalar uma enfermaria, algo que não dá bom resultado.
Pergunta: O de atuar em Las Ventas realmente impõe?
Resposta: Em qualquer lugar que você for, sempre vai se lembrar de shows que você já viu ali. No Vicente Calderón pensavam nos Rolling Stones. Quando cantava em um antigo Palácio de los Deportes, me lembrava dos recitais de Camarón, com todas as famílias ciganas completas, sempre de ponta em branco. Mas em Las Ventas me sinto como se estivesse em casa. Assim trarei meus amigos para que cantem comigo, de Antonio Carmona a Malú.
Pergunta: Haverá uma brecha para o flamenco?
Resposta: Não, já era um tópico o de me por a cantar por bulerías. E tampouco é o tempo das saetas.
Pergunta: Já cruzou com colegas de profissão na tour?
Resposta: Assombroso. Não coincidi com ninguém. O que realmente me encantou foi poder ver José Tomás. Isso sim é que é arte.
Pergunta: Como música ambiente, antes de sair a tocar se escutam músicas de trens.
Resposta: Era o adequado não era? Fazendo uma busca na internet descobrimos milhares de músicas que falam de trens. Ficamos com 50, que vai de Bob Dylan a La Unión.
Pergunta: Vai ficar a constância dessa tour?
Resposta: Sim. Enquanto termina editamos um DVD de um show que foi gravado em Buenos Aires. Foi uma noite potente. Tocar é importante: me lembra os motivos decisivos de me fizeram ser um músico. E todos os shows tem seu ponto: atuei outro dia em Andorra la Vella e me parece que ali não estão muito acostumados com música ao vivo. Mas depois entram na onda.
Pergunta: O tempo da tour é um tempo morto para criar novas músicas?
Resposta: Não, sempre me passa alguma idéia. Logo vem a lei de Murphy dos músicos: quando te vem algo muito bonito, não tens onde gravá-lo. Por isso estou ansioso por experimentar o estúdio que fiz para mim em Miami.
Pergunta: Que tem de especial?
Resposta: Foi projetado para que pudesse manejar desde a sala de gravação. Não necessito de ter a vigilância de um engenheiro de som, esse processo faço eu mesmo. Se trata de surpreender a magia. Muitas vezes, estou com os amigos e surgem coisas que não vão se repetir de novo. Tento provocar as coincidências, romper este sistema de vida que nos aprisiona em nossos próprios castelos.
3 Comentários:
Grande pai!!!!
Por Selena Nery, Às 12 de set. de 2007, 01:15:00
Ele é tudo de bom, bom pai, bom amigo, e sobretudo bom idolo. Muito mais simpatico q muitos idolos do Brasil, e muito simples. Fiquei muito feliz em conhecer ele!
Por Ema Lúcia_Emiña, Às 12 de set. de 2007, 08:03:00
Eu gostei muito desta entrevista ao EL PAÍS. Tenho certeza que ele morre de vontade de ser um pai normal como os outros, tipo, buscar os filhos no colégio, mas quando dá ele consegue. Para ele que mora em Miami e vive viajando deve ser um pouco complicado esta tarefa. Mas pelo depoimentos, sabemos que ele é um pai sempre presente na vida da pequena Manuela (ah e também do Alexander).
Por Magda Miranda, Às 12 de set. de 2007, 10:47:00
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